Mudei-me de casa na segunda semana da quarentena pela Covid-19. Percebi-me com tempo e serenidade de sobra para entender a nova morada, seus cheiros, sons, luzes. Tinha todas as horas do dia para espiar a trajetória da deliciosa luz de outono e das suas sombras no quintal. Enquanto via folhagens, varal, chuveirão, bicicleta terem – cada qual a seu tempo – suas formas impressas nos muros brancos, tirava das caixas de mudança meus objetos afetivos. Juntei a esse caldeirão de novas experiências o afeto à amiga-agora-vizinha e surgiu este ensaio.















